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ArcelorMittal inova no presente e projeta o futuro com aços inteligentes

A empresa é pioneira na América do Sul a ter um processo integrado de produção do aço, além de possuir uma plantação renovável do eucalipto e ser a primeira no mundo a lançar laboratórios de inovação aberta

Fonte: Neofeed

ArcelorMittal inova no presente e projeta o futuro com aços inteligentes

Maior produtor de aço no Brasil e líder no mercado global, o Grupo ArcelorMittal se tornou referência em inovação nos últimos anos. Os exemplos falam por si. A empresa foi pioneira na América do Sul a ter um processo integrado de produção do aço – ou seja, do minério até o produto final.

Também foi a primeira a possuir uma plantação renovável do eucalipto, em uma época em que pouco se falava sobre sustentabilidade, e reforçou o ineditismo ao lançar um e-commerce voltado para a venda de aço, o primeiro do Brasil.

Seus 14 Centros de Pesquisa e Desenvolvimento espalhados pelo mundo – um deles no Brasil, na Unidade de Tubarão (ES) – abrigam um exército de 1,7 mil pesquisadores, que se dedicam integralmente a inovar.

A ArcelorMittal foi a primeira empresa do setor no mundo a lançar um laboratório de inovação aberta, o Açolab. No segmento de Planos, a empresa conta, há cinco anos, com o Programa iNO.VC, responsável por iniciativas de transformação digital para melhorias dentro da empresa.

Por meio da inovação, a empresa tem buscado desenvolver novos produtos e soluções de alto valor agregado para o mercado, otimização de processos, redução de custos, aumento da produtividade, segurança no trabalho e eficiência ambiental.

“Tendo como propósito produzir aços inteligentes para as pessoas e o planeta, a ArcelorMittal acredita que fomentar a inovação torna as empresas mais competitivas e sustentáveis, fortalecendo não somente a própria companhia, mas também toda a cadeia de valor”, explica Rodrigo Carazolli, diretor de Transformação do Negócio da ArcelorMittal Aços Longos. Com o passar dos anos, segundo ele, “a estratégia da empresa foi se diversificando e se sofisticando, até incorporar o que chamamos de Horizontes de Inovação”.

No jargão do mercado, o Horizonte 1 consiste, basicamente, em melhorar o que já existe. No Horizonte 2, a empresa busca desenvolver soluções e novos negócios adjacentes ainda não explorados. O Horizonte 3, por fim, engloba apostas de futuro, ainda incipientes, mas que podem se tornar disruptivas.

O executivo cita o fundo de investimentos Açolab Ventures, no valor de R$ 110 milhões, como exemplo dessa estratégia. Criado em 2021, ele tem por objetivo identificar e acelerar soluções que desenvolvam novos negócios, produtos e serviços, além de incorporar tecnologias capazes de enriquecer a cadeia de valor da ArcelorMittal, tática que deverá levar à captura de R$ 1 bi no Brasil até 2028 para o segmento.

O fundo do Açolab já realizou aportes em seis startups, escolhidas em um universo de 1,8 mil, o que dá a dimensão do trabalho criterioso de seleção feito pela empresa. A startup Agilean foi uma das selecionadas. Fundada em 2019, ela desenvolveu uma solução para auxiliar no planejamento e na gestão do canteiro de obras. O software desenvolvido pela Agilean ajuda as empresas a reduzir desperdícios, aumentar a produtividade, cortar custos e ampliar a assertividade do prazo de obras na construção civil. “O interessante é que a parceria com a ArcelorMittal não envolve apenas aporte financeiro”, diz André Quinderé, CEO da Agilean. “A empresa participa de nossas reuniões de conselho, analisando a nossa estratégia, os indicadores e a governança.”

“O que nós oferecemos para as startups vale mais até do que dinheiro”, diz Carazolli. “Colocamos nossa estrutura à disposição para que a empresa possa se desenvolver.” Em 2021, pouco antes de a ArcelorMittal entrar no negócio, 40 canteiros de obras usavam a solução da Agilean. Agora, são 500.

O hub de inovação Açolab também tem sido fundamental para mapear startups promissoras. Atualmente, o espaço conta com 25 mil conexões, tanto no Brasil quanto no exterior, incluindo startups, universidades, centros de pesquisa, fundos de investimentos, embaixadas e aceleradoras.

Em aproximadamente sete anos, o laboratório desenvolveu 260 projetos em conjunto com as diversas áreas de negócios da ArcelorMittal e outros parceiros externos.

Transformação digital – A busca por novas soluções, de fato, permeia todas as atividades da ArcelorMittal. Em 2019, a empresa criou o iNO.VC, programa voltado para acelerar a transformação digital, integrando colaboradores, startups, universidades e hubs de inovação.

O iNO.VC tem como missão transformar desafios em soluções criativas e tecnológicas, visando melhorar a produtividade, a segurança e o fluxo de caixa nas diversas plantas da empresa. “Nossa abordagem para implementar a transformação digital envolve uma metodologia robusta e estratégica, que conecta inovação e tecnologia ao cotidiano das nossas operações. Trabalhamos lado a lado com parceiros de inovação e nossa equipe interna para trazer mudanças que, além de otimizarem nossos processos, garantam ganhos tangíveis em termos de eficiência, segurança e resultados operacionais", destaca Robson Moyzés, gerente geral de Tecnologia da Informação e Transformação Digital da ArcelorMittal Aços Planos.

O programa abrange seis grandes áreas de inovação: saúde, segurança, meio ambiente, experiência do cliente, produtividade e fluxo de caixa. Entre os projetos desenvolvidos, destaca-se um simulador on-line voltado para otimizar os processos internos da empresa. Criado pela Devix, uma startup parceira, o simulador utiliza tecnologias avançadas para cruzar informações mapeadas e gerar indicações precisas para o fluxograma da ArcelorMittal.

A ferramenta é especialmente útil em momentos de mudanças profissionais, como a criação de novos setores, cargos ou sucessões, fornecendo embasamento para decisões estratégicas, de modo a garantir que a funcionalidade da empresa não seja impactada.

Outro importante resultado do incentivo à inovação na ArcelorMittal foi a criação e implementação de uma ponte rolante totalmente digital, projetada para tornar os treinamentos com os colaboradores mais seguros. Ela permite a simulação de situações de risco, assegurando uma operação mais eficiente e garantindo que os operadores saibam exatamente como agir em cenários críticos.

“Desde o início do iNO.VC, cadastramos mais de 400 iniciativas em nosso portfólio de transformação digital. Temos uma taxa de conversão de 30%, o que se traduziu em ganhos acima de US$ 80 milhões, reforçando o impacto positivo desse programa no nosso negócio e na nossa busca por excelência operacional”, complementa Moyzés.

O slogan do iNO.VC, "I Am Real" – onde as iniciais 'AM' remetem à ArcelorMittal e 'Real' significa Resultado, Ética, Agilidade e Leveza – reforça o compromisso da empresa em buscar soluções robustas e simples, que gerem impactos reais. O programa também fortalece o ecossistema de inovação no Espírito Santo, colaborando com hubs como o FindesLab (hub de inovação da Federação das Indústrias do Espírito Santo – Findes), contribuindo para o futuro da indústria e reafirmando a inovação como parte essencial do DNA da ArcelorMittal.

A expectativa é de que pelo menos R$ 290 milhões sejam capturados no segmento de Aços Planos, em ganhos recorrentes até 2024, considerando projetos de digitalização, inovação aberta e novos negócios.

E por falar em identidade organizacional, outro programa importante é o DNA Inovador, criado para estimular a inovação entre os empregados. A iniciativa resultou em diversas ações disruptivas, que trouxeram benefícios consideráveis para a empresa.

Uma delas é o Rolling Mill Predictor, modelo baseado em machine learning, capaz de identificar e corrigir perdas no processo produtivo. Desenvolvido por empregados da unidade da empresa de Resende (RJ), o Rolling Mill Predictor é atualmente aplicado em todas as plantas na operação brasileira.

Muitos desses projetos têm forte viés sustentável. Sob a perspectiva global, o Grupo ArcelorMittal possui o fundo X-Carb® para investimento em tecnologias disruptivas relacionadas à descarbonização na cadeia do aço. Desde a sua criação, o fundo já investiu US$ 193,5 milhões em startups e no fundo “Breakthrough Energy Catalyst Programme”, liderado por Bill Gates.

Outro exemplo é o aplicativo contra pragas desenvolvido pela ArcelorMittal e a startup Sipremo, que usa inteligência artificial para o monitoramento de florestas. Após um ano de utilização, o monitoramento de milhares de hectares das áreas da ArcelorMittal BioFlorestas – empresa do Grupo ArcelorMittal que produz carvão vegetal a partir de florestas renováveis de eucalipto – levou a uma diminuição de 90% no uso de pesticidas, enquanto a redução do custo de combate de pragas por hectare superou a marca dos 40%.

De que forma a inovação traz retorno para a ArcelorMittal? A empresa faz uma conta que dimensiona o impacto – que é bastante expressivo. Até 2028, a produtora de aço pretende alcançar R$ 1 bilhão com projetos de inovação e tecnologia em suas operações do Brasil, considerando aumento de receita e redução de custo.

No campo da Inteligência Artificial, a ArcelorMittal contratou a consultoria Boston Consulting Group para estruturar o projeto Aceler.AI, onde foram mapeadas mais de 60 oportunidades em várias áreas da empresa. Os projetos priorizados serão implementados sob a coordenação do CoE, centro de excelência em advanced analytics e inteligência artificial da empresa e que conta com cientistas de dados, além de startups parceiras.

No segmento de aços longos, está prevista a captura de pelo menos R$ 130 milhões apenas neste ano, considerando não apenas a digitalização, novos negócios e inovação aberta, mas também investimentos em startups.

A trajetória de inovação da empresa a levou a conquistar, nas proximidades do Dia da Inovação, comemorado em 19 de outubro, o 1º lugar na categoria geral do Ranking TOP 100 Open Corps, premiação que destaca as corporações líderes em inovação aberta, em um total de 7.500 empresas inscritas. E manteve, pelo quarto ano consecutivo, a liderança no segmento “Mineração e Metais”, do mesmo prêmio. Além disso, a ArcelorMittal foi reconhecida como a produtora de aço mais inovadora do país pelo ranking Valor Inovação 2024.

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