ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Em seu Relatório de Sustentabilidade, Ternium planeja ampliação de ações para descarbonização

A empresa prevê uma redução de 15% na intensidade das emissões até 2030, a partir de investimento em tecnologias de baixo carbono e utilização de sucata nos processos industriais

Fonte: Brazil Journal

Os planos de descarbonização (e transformação) da TerniumCréditos: DivulgaçãoTernium

A Ternium, uma das maiores fabricantes de aço da América Latina lança o seu Relatório de Sustentabilidade 2023. Com investimento de R$ 25 bilhões nos últimos 12 anos no Brasil, a empresa tem um centro industrial no Rio de Janeiro e é a maior acionista da Usiminas.

A companhia, que produziu 14,2 milhões de toneladas de aço na América Latina em 2023 – que resultaram em vendas de US$ 17,6 bilhões – colocou o ESG como uma prioridade nos últimos anos.

“À medida que crescemos e expandimos nossa presença industrial pela América Latina, fazemos isso compartilhando valores e princípios sustentáveis, com um foco em fortalecer o posicionamento e a competitividade de nossas operações”, disse Paolo Rocca, o chairman da Ternium.

Recentemente, a Ternium fez uma atualização em seu plano de descarbonização global com base no GHG Protocol e incorporou no plano o Escopo 3, incluindo as emissões com matéria-prima e compra de aço de terceiros.

A empresa prevê uma redução de 15% na intensidade das emissões até 2030, sendo 2023 o ano-base.  Para alcançar esse objetivo, a Ternium tem investido em tecnologias de baixo carbono, aumentando a participação de energia renovável em sua matriz elétrica, aprimorando a capacidade de captura e utilização de carbono, aumentando o uso de sucata na matriz metálica e implementando melhorias de eficiência energética e desempenho industrial.

Entre os projetos investidos está a ampliação da utilização de sucata em processos industriais. Desde 2021, a Ternium Brasil vem investindo na ampliação do pátio de sucata em seu parque industrial em Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Prevista para 2025, a nova instalação deve ampliar para 16% a utilização de sucata na produção do aço.

Além disso, a Ternium vem reduzindo o consumo de gás natural ao substituí-lo por biometano produzido a partir de resíduos sólidos urbanos. Segundo a companhia, a taxa de substituição foi de 19% no ano passado – o que fez a Ternium a primeira siderúrgica a utilizar biometano gerado em um aterro sanitário no País.

Na Usiminas, a reforma do Alto-Forno 3 é um exemplo do compromisso com a melhoria de eficiência operacional e ambiental. Finalizado em 2023, com um investimento que chegou a R$ 2,7 bilhões, o equipamento recebeu controles mais modernos e precisos, emitindo menos Co2 e materiais particulados. Além disso, a empresa vai substituir parte do seu consumo de energia elétrica por energia solar.

“A Usiminas terá, nos próximos anos, grandes projetos de transformação para avançar no processo de descarbonização das suas operações, para dar maior valor agregado aos produtos, melhorar a produtividade e eficiência e poder competir com as melhores plantas do mundo com uma ampla gama de produtos”, disse Rocca.

Compromisso ambiental

A Ternium definiu um plano de investimento de US$ 636 milhões entre 2020 e 2030 para melhorar o seu desempenho ambiental.

Somente o centro industrial da Ternium no Rio de Janeiro terá US$ 163 milhões em projetos. Além dos investimentos previstos, a Ternium Brasil conta ainda com um manguezal de aproximadamente 160 hectares de extensão, o equivalente a 224 campos de futebol.

Uma área antes ameaçada e hoje preservada, com fauna e flora nativas. A empresa vem dedicando esforços para monitorar e proteger esse ecossistema costeiro. O monitoramento é feito por drones, que checam, entre outros fatores, possíveis focos de corte ilegal de árvore.

Educação, indústria e comunidade

Uma agenda que acompanha a Ternium há anos é a da educação para apoiar a transformação das comunidades vizinhas. Em 2023, a empresa anunciou a construção da Escola Técnica Roberto Rocca – em homenagem ao fundador do Grupo Techint – na região de Santa Cruz em um investimento de R$ 260 milhões.

A escola, que deve ser inaugurada no ano que vem, contará com 576 vagas de ensino médio destinada às formações técnicas de mecatrônica e eletromecânica – todas as vagas contempladas com bolsas de estudos. A escola vai oferecer uma megaestrutura, com laboratórios e equipamentos de última geração, em um complexo educacional completo, com refeitório, ginásio e auditório.

Com um programa educativo focado na indústria, a escola vai priorizar a prática profissional sem deixar de lado o ensino das competências e habilidades essenciais na atualidade. A metodologia STEM – que preconiza ciência, tecnologia, engenharia e matemática – e a aprendizagem baseada em projetos vão desenvolver nos alunos o espírito inovador e cooperativo, assim como a habilidade de resolução de problemas reais.

É a mesma estratégia que a empresa fez em outros mercados, como no México e na Argentina. “Nossa missão, desde o início, tem sido integrar a atividade industrial com a educação, como um fator de progresso na comunidade”, disse o chairman. “E sabemos que a indústria só será sustentável com o apoio das comunidades”.

Confira na íntegra o Relatório de Sustentabilidade 2023 da Ternium no link.

Deixe seu comentário

Assine a newsletter

e fique por dentro de tudo sobre Metalurgia, Materiais e Mineração.